sexta-feira, 8 de março de 2013

Bancada do PSOL questiona indicação de pastor para presidir Direitos Humanos e sugere adiamento da eleição

Durante a tumultuada sessão para a escolha do novo presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, que ocorre nesta tarde, o presidente do PSOL, deputado Ivan Valente (SP), criticou a indicação do deputado pelo PSC, pastor Marco Feliciano, para assumir a liderança da referida Comissão. Em um plenário 9 lotado de manifestantes, que protestam contra a indicação do pastor, considerado intolerante e insensível com as questões raciais e de diversidade sexual, Valente afirmou que a CDH precisa ter "uma visão ampla e tolerante com as pessoas e com as causas das minorias". "Essa é uma comissão de defesa dos direitos humanos, de proteção. E precisa ter alguém a sua frente que represente esse caráter. Peço que o bom censo predomine aqui. Não podemos eleger alguém que expresse exatamente o contrário dos anseios dessa comissão", afirmou Ivan Valente.

O parlamentar, assim como os demais colegas da bancada do PSOL Chico Alencar (RJ) e Jean Wyllys (RJ), pediu que a sessão fosse suspensa e a eleição adiada. "Precisamos encontrar uma solução política para esse impasse. A manutenção do nome do deputado Feliciano será uma radicalização por parte do PSC. Então pedimos a suspensão dessa reunião e que o PSC reveja o seu posicionamento", defendeu o presidente do PSOL. "Sugerimos o encerramento dessa sessão, que a meu ver está impossibilitada de continuar", reforçou Chico Alencar.

Em artigo publicado hoje no jornal Folha de São Paulo Jean Wyllys afirmou que a força do nome de Feliciano para presidir a Comissão de Direitos Humanos é resultado do jogo de interesses entre os partidos da base aliada. "Se o deputado Marco Feliciano fosse um pastor identificado com a garantia dos direitos humanos e da dignidade das minorias estigmatizadas, não haveria problema algum e eu não faria qualquer oposição. Acontece que o deputado Marco Feliciano é um inimigo público e declarado de minorias estigmatizadas e tem um discurso público que estimula a violação da dignidade humana desses grupos", ressaltou Jean, em seu artigo.

Em relação ao partido do pastor, o deputado do Rio considera que trata-se de um partido que fez campanha definindo a família de uma maneira que exclui não só gays e lésbicas, como também as famílias monoparentais, as com filhos adotivos e tantas outras. "Trata-se de um partido que defende posições fundamentalistas que vão contra os direitos de muitas das minorias que essa comissão deve proteger", enfatiza


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