terça-feira, 29 de março de 2011

Dança da Pizza do Mensalão: 5 anos de idade!

PARABÉNS!


Todos nós brasileiros somos convidados de honra a essa festa maravilhosa! Trata-se do quinto aniversário da "dança da pizza", realizada pela então deputada (e hoje vereadora em SJC) Angela Guadagnin (PT/SP). Tão-logo o placar do julgamento de cassação de João Magno (PT/MG) deu como certa sua permanência na Câmara, a deputada petista comemorou da seguinte forma:

Cinco anos, quem diria! O tempo passa; a vergonha, não.


    Saudações Internacionalistas e Libertárias

                    

                       Ronaldo Santos...


         Secretário Geral do PSOL na Bahia

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" Aquele(a) que se nega a lutar pelos seus direitos, tem razão em negar-se a luta, pois já morreu morto o seu espírito de luta!" 
Ronaldo Santos


sábado, 26 de março de 2011

Deputado do PSOL confirma que Código Florestal Brasileiro é nocivo ao país

O deputado Federal Ivan Valente (PSOL-SP), líder da bancada do partido na Câmara Federal, falou sobre o Código Florestal Brasileiro e destacou que as mudanças que estão sendo propostas são nocivas a um projeto de desenvolvimento sustentável e de biodiversidade no Brasil.


Em entrevista ao Programa Esfera Pública, destacou que a proposta prevê anistia geral e irrestrita a todos os que provocaram desmatamentos até julho de 2008. O parlamentar lembrou que a tragédia ocorrida nas encostas de morros na região serrana do Rio de Janeiro evidenciou a importância de se discutir detalhadamente o assunto, principalmente no que diz respeito ao desmatamento de ambientes nativos, zonas às margens de rios e encostas de morros. O ex-deputado Eliseu Padilha, que também participou do programa, disse que a Fundação Ulysses Guimarães, a qual preside, realiza curso de formação política para candidatos no sentido de orientar postulantes a cargos eletivos a tratar a política com profissionalismo e conhecimento de causas.


Já o vereador Pedro Ruas (PSOL), que também participou do painel no Estúdio Cristal da Rádio Guaíba, falou sobre a CPI da Saúde na Câmara Municipal. Ruas adiantou que na próxima semana, os vereadores ouvirão o procurador da República Jorge Gasparini, encarregado do caso Sollus e o presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul. Sobre a validade da assinatura da então vereadora Neusa Canabarro no documento que pedia a abertura da CPI, Ruas confirmou que qualquer assinatura de suplente no exercício de mandato vale como a chancela do titular do cargo. Os entrevistados também falaram sobre outros temas de interesse nacional e responderam a questionamentos de ouvintes.


Programa Esfera Pública (fotos Luis Tósca)


Fonte: Rádio Guaíba


   



Revista Veja Mente

REVISTA VEJA MENTE E SERÁ PROCESSADA POR DANO MORAL


O Projeto Emancipa já é um sucesso. As incrições ainda não terminaram, mas já temos mais inscritos do que as 100 vagas disponíveis. O apoio que temos recebido é enorme. Este apoio se expressou inclusive na imprensa gaúcha, que através de vários comunicadores e jornalistas ajudou a divulgar o projeto pela sua relevância social, não se prestando a reproduzir as "denúncias" da revista Veja . Todos sabem da lacuna existente na preparação dos jovens oriundos das escolas públicas que desejam entrar na universidade. Então, quem poderia querer detonar um projeto que oferece preparação para o vestibular e o Enem GRATUITAMENTE para estudantes de escolas públicas? Aqui no Rio Grande do Sul, só os "viúvos" de Yeda Crusius.


Entretanto, em respeito às pessoas que me apoiam e respeitam e que têm sido questionadas por quem não conhece a minha trajetória, esclareço:

- Vou processar a revista Veja por danos morais, visto que o jornalista que assina a matéria sequer me ouviu, publicando uma reportagem absolutamente fantasiosa sobre o Projeto Emancipa, coordenado por mim no Rio Grande do Sul.


- A Secretaria de Educação não me concedeu nenhum privilégio como insinua a reportagem. A direção do Colégio Júlio de Castilhos, assim como outras escolas estaduais, proporciona a execução de diversos projetos nas suas dependências. O Emancipa é um deles e paga à escola R$ 600,00 por mês pelas duas salas.


- Os (as) professores(as) não serão "bem remunerados" como maliciosamente diz a reportagem. Receberão R$ 20,00 a hora aula. Como são apenas duas turmas, a média de remuneração de cada professor deverá ser por volta de R$ 300,00.


- A cota de patrocínios do Emancipa está fechada com 5 empresas e não estamos em busca de mais patrocinadores como mentirosamente afirma a reportagem.


-Sobre a Icatu Seguros, um empresa que atua no mercado gaúcho através do Banrisul há mais de 10 anos, muito me estranha que somente agora, para me atacar, a Veja levante suspeitas sobre esta relação. Eu não respondo pelas atividades de nenhuma empresa, mas a verdade é sempre útil: basta verificar o balanço 2010 do Banrisul, disponível na internet, para comprovar a mentira. A seguradora Icatu não tem contrato de exclusividade com o Banrisul. Além disso esta empresa apóia diversas OSCIPs e ONGs, não apenas o Emancipa.


- Quanto à afirmação de que "Luciana, que na política criticava o pai, na vida empresarial usa de seu prestígio para lucrar", quem terá que se explicar é a Veja. E terá que fazê-lo no Justiça. Primeiro, porque não estou "lucrando" e nem sequer estou na "vida empresarial". O Emancipa não é uma empresa e não pode dar lucro. Não é por que deixei de ser deputada que vou abrir mão de realizar atividades socialmente relevantes, mesmo que de forma privada, mas que respondam a interesses coletivos. Quanto ao suposto uso do prestígio do meu pai, Tarso Genro, minha trajetória me autoriza a ter certeza que os parceiros do Emancipa avaliaram em primeiro lugar o meu próprio prestígio para decidir pela participação no projeto.


Luciana Genro – Coordenadora do Projeto Emancipa-RS



sexta-feira, 25 de março de 2011

Vídeos do Encontro de Capoeiristas em Senhor do Bonfim

Encontro de Capoeiristas em Senhor do Bonfim - Bahia. ( Parte I ) Apresentação das Mulheres


Encontro de Capoeiristas em Senhor do Bonfim, Bahia. ( II ) Dança de Lata. Quilombo de Tijuaçu


Encontros de Capoeiristas em Senhor do Bonfim - Bahia. ( Parte III ) Roda de Mestres ( I )


Encontro de Capoeiristas em Senhor do Bonfim - Bahia. (Parte IV ) Roda de Mestres (Parte II )

Artigo de Edílson Silva Sobre o Ficha Limpa

Ficha limpa: quando o ativismo judicial atropela a democracia
 

Por Edilson Silva

 

Por 6 votos contra 5 o Supremo Tribunal Federal derrubou os efeitos da Lei da Ficha Limpa para o pleito eleitoral de 2010. Se a decisão ficou empatada no STF por vários meses, só vindo ao desempate com a chegada do 11° ministro, Luiz Fux, está nítido que o resultado passou longe da sua pacificação material.

 

Estou entre os brasileiros frustrados com a decisão do STF. Estou entre aqueles que viram mais coerência nos votos dos cinco ministros – Carmen Lúcia; Ricardo Lewandowski; Joaquim Barbosa; Ayres Britto e Ellen Gracie, que entenderam que a lei em julgamento, via caso concreto de um candidato a deputado, deveria valer para 2010. Os argumentos dos cinco ministros cercaram sua tese de legalidade, legitimidade e moralidade.

 

Carmen Lúcia deixou claro que o princípio da anualidade, base do voto do ministro Luiz Fux, tem o objetivo doutrinário de evitar casuísmos que prejudiquem a isonomia nos pleitos eleitorais, logo, na medida em que as convenções partidárias são o momento em que as candidaturas tomam forma jurídica, e que neste momento, das convenções de 2010, a lei já existia, pode-se falar tranquilamente em constitucionalidade.

 

Ricardo Lewandowski, que é presidente do TSE, percorreu caminho semelhante ao de Carmen Lúcia, ao afirmar que o princípio da anualidade busca garantir a "paridade de armas" entre os que disputam o pleito, paridade que não foi alterada em 2010 com a Lei da Ficha Limpa. Ellen Gracie foi além, e argumentou que inelegibilidade nem é ato e nem fato jurídico no processo eleitoral, mas questão de indiscutível estatura constitucional, pois a probidade administrativa é exigência da lei maior.

 

Os ministros Joaquim Barbosa e Ayres Britto destacaram aspectos mais políticos da decisão, mas, nem por isso, menos importantes. Ayres Britto reivindicou a importância da soberania popular, sobretudo em matéria de direitos políticos, visto que a Lei da Ficha Limpa foi originária de projeto de iniciativa popular. Reivindicou ainda que a interpretação da Constituição deve sempre perseguir o combate à corrupção administrativa no país, corrupção esta que se encontra de tal ordem que a própria sociedade levantou-se de forma organizada para buscar encaminhar soluções.

 

Joaquim Barbosa afirmou categoricamente que o STF estava diante de uma decisão política, pois estava frente a duas questões constitucionais, e sendo assim, haveria de se fazer a opção pela moralidade pública, segundo ele, uma das chagas da vida política do país.  

 

Mas, por maioria de um único voto, o STF derrubou a Lei da Ficha Limpa para 2010. A tese vencedora apegou-se a aspectos supostamente "técnicos" do direito, aspectos supostamente formais. Segundo estes, o artigo 16 da Constituição Federal exige o princípio da anualidade que, se ferido, atingiria outros princípios, como o da segurança jurídica. Uma interpretação exageradamente gramatical e, pior, contraditória com o próprio histórico de decisões do STF.

 

Só para ficar num único exemplo, o STF não formou maioria para defender o direito adquirido dos aposentados, quando da reforma da previdência. O STF julgou ser constitucional taxar aposentados e pensionistas que já se encontravam nesta condição há anos. Houve, neste caso, uma quebra gravíssima do princípio da segurança jurídica.

 

A argumentação dos que formaram maioria, a partir de relatório do ministro Gilmar Mendes, buscou trazer também para o seu campo um elemento subjetivo de coragem e heroísmo, buscando deixar os demais ministros no quadrado da acomodação fácil aos apelos populares. "O STF deve guardar a Constituição, mesmo contra a turba leiga que se arvora a fazer justiça a partir das ruas e mesmo contra um legislativo incompetente", eis a mensagem subliminar (nem tanto) facilmente captada no conjunto dos votos majoritários, sobretudo o do relator. O ativismo judicial em sua face mais triunfalista, e trágica.

 

Neste caso concreto, a maioria do STF não esteve à altura da interpretação da Constituição. Não levaram em conta o esforço necessário para se apresentar um projeto de iniciativa popular no Brasil, que é praticamente o mesmo desprendido para se fundar um partido político. Não levaram em conta que a Constituição não é um mero pedaço de papel onde estão inscritas normas frias.

 

Enfim, não levaram em conta que estavam, no fundo, julgando que a sociedade, organizada, através da CNBB, OAB, ONGs, ABI, parlamentares, Conselhos Profissionais, entidades sindicais trabalhistas e empresariais, movimentos estudantis, ambientalistas – tudo muito diferente de uma turba de leigos -, bateu às portas do STF, exigindo o cumprimento dos princípios que norteiam a nossa Constituição. Lamentavelmente, os ministros da maioria, não por coragem ou heroísmo, mas por muita vaidade talvez, não foram minimamente razoáveis em suas decisões, aliás, razoabilidade é um princípio indispensável quando se trata de fazer justiça.

 

Presidente do PSOL-PE

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quarta-feira, 23 de março de 2011

Ministro Fux derruba ficha limpa nas eleições do ano passado

23/03/2011 - 18h21 http://congressoemfoco.uol.com.br/noticia.asp?cod_canal=1&cod_publicacao=36478


Fux derruba ficha limpa nas eleições do ano passado


Novo ministro do STF define que a lei só poderá valer no próximo pleito, em 2012. O julgamento continua, mas, como as demais posições já são conhecidas, resultado já deve estar sacramentado

Gervásio Batista/STF
Luiz Fux derruba no STF aplicação da Lei da Ficha Limpa nas eleições do ano passado

Mário Coelho

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux, no julgamento de recurso extraordinário de Leonídio Bouças (PMDB), votou pela aplicação da Lei da Ficha Limpa nas eleições somente nas eleições de 2012. Como o restante dos integrantes da mais alta corte do país já se pronunciou sobre o caso, a tendência é o que o resultado seja confirmado ao fim do julgamento. Desta maneira, a Lei da Ficha Limpa não vale para o pleito passado, a não ser que algum ministro mude de posição. 

Relator vota contra aplicação da Lei da Ficha Limpa

Começa julgamento no STF sobre Lei da Ficha Limpa

Com a posição de Fux, a ala do Supremo que votou pela aplicação somente em 2012 fica em maioria. Agora, seis ministros já se pronunciaram pela necessidade de respeitar o artigo 16 da Constituição Federal, que prevê o princípio da anualidade em projetos que modifiquem o processo eleitoral. Na visão da corrente agora majoritária, a Lei da Ficha Limpa precisava ter sido sancionada até 3 de outubro de 2009, um ano antes do pleito passado. Fux classificou as novas regras de inelegibilidade como uma "mudança súbita".

Confirmado o resultado no fim do julgamento, os votos de políticos barrados, que foram considerados inválidos, agora passam a valer. Assim, os tribunais regionais eleitorais precisarão fazer a recontagem dos votos, tanto para novos eleitos quanto para efeitos de coligações proporcionais. A decisão afeta políticos como Cássio Cunha Lima (PSDB-PB). O tucano, candidato mais votado ao Senado pela Paraíba, deve tomar posse em breve. Outros afetados pela decisão são João e Janete Capiberibe, ambos do PSB do Amapá, Paulo Rocha (PT-PA) e Jader Barbalho (PMDB-PA).

Moralidade jurídica

Ao iniciar seu voto, Fux, que tomou posse no Supremo no início do mês na vaga de Eros Grau, afirmou que a Lei da Ficha Limpa é um dos "mais belos espetáculos democráticos com escopo de purificação do mundo político". Apesar de entender que as novas regras de inelegibilidade, criadas por meio de um projeto de iniciativa popular com mais de 1,5 milhão de assinaturas, formam a lei do futuro, Fux sustentou que ela não pode ser aplicada no presente "em homenagem à Constituição brasileira".

"A moralidade, quer no exercício do poder público, significa que ela difere da moralidade comum, porque é uma moralidade jurídica", disse Fux. No entanto, o mais novo integrante do Supremo defendeu, como o relator do recurso extraordinário, Gilmar Mendes, que a lei altera o processo eleitoral. "Efetivamente, houve uma intervenção no pleito eleitoral com a criação de novas causas de inelegibilidades", analisou. Ele ressaltou que o intuito da ficha limpa é "louvável", mas que os ministros estão analisando uma "questão técnica".

Na visão do ministro, o cidadão e o candidato não podem saber que algo é proibido às vésperas da eleição. Ele ressaltou que é preciso preservar a segurança jurídica da eleição. Para Fux, o artigo 16 da Constituição tem um sentido mais amplo, pretendendo proteger a sociedade de manobras casuísticas, "inclusive do poder Judiciário". "A segurança jurídica é tão relevante que sua ausência conduz uma sociedade ao relapso. A tentação para votar pela aplicação imediata é grande. Mas é desta maneira que o povo brasileiro terá sua vontade respeitada", afirmou.

A posição de dez dos 11 ministros sobre a questão da anualidade já é conhecida. Toffoli, Mendes, Marco Aurélio, Celso de Mello e Peluso defendem que a regra só vale para 2012. Os demais acreditam que a Ficha Limpa não altera o processo eleitoral e sua aplicação na última eleição foi correta. No caso do trânsito em julgado, o recurso do peemedebista mineiro, que não teve votos suficientes para se eleger, será o primeiro analisado pela mais alta corte do país.

No seu voto, Gilmar Mendes votou contra a aplicação da Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar 135/10) nas eleições de 2010. A posição do ministro já era esperada, já que ele se posicionou da mesma forma na análise de outros casos envolvendo as novas regras de inelegibilidade na corte. Na leitura do seu voto, ele não entrou em detalhes sobre a violação do artigo 5o, parágrafo 57 da Constituição, que diz que ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória. Fux não se pronunciou sobre o artigo.



segunda-feira, 14 de março de 2011

REPÓRTER TRAZ À TONA 'GUERRAS DESCONHECIDAS' DO BRASIL

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Direto da Fonte - Como surgiu a ideia de fazer a matéria sobre as guerras desconhecidas?


Leonencio Nossa
 - A ideia inicial era fazer um levantamento da repressão aos movimentos populares durante a ditadura Vargas (de 1937 a 1945). Logo percebi que a brutalidade do Estado em relação a comunidades de pessoas humildes foi uma constante em todo o século 20.


DF-  Quais foram as dificuldades encontradas pela equipe durante a apuração da matéria?


LN
 - Não foi fácil localizar testemunhas e protagonistas de conflitos ocorridos na primeira metade do século 20. Quando encontrávamos alguém que participou dos combates, a pessoa tinha receios de falar. As marcas das guerras ocorridas há 50, 60 anos ainda são fortes. Também enfrentamos dificuldades em encontrar processos cíveis e criminais nos cartórios e arquivos públicos, que costumam não dar valor a histórias da população de baixa renda.


DF - Os nomes dos conflitos estão no material pesquisado ou partiu de você nominá-los ?


LN
 - Os títulos levaram em conta documentos e depoimentos orais. Algumas guerras receberam mais de um nome nos locais onde foram deflagradas. É o caso do conflito ocorrido nos anos 1940 e 1950 no norte do Paraná, envolvendo posseiros, grileiros e o governo estadual. Documentos da época fazem referências à Guerra de Porecatu e à Guerra da Coréia Paranaense. Optei em usar Guerra do Quebra-Milho porque é assim que o conflito era e é chamado pelos participantes.


DF - Por que essas guerras ficaram por tanto tempo desconhecidas da população? A história não tem interesse nelas por uma questão estatística – o numero de mortes em alguns casos não chega a dois dígitos?


LN
 - É possível que esses conflitos tenham sido esquecidos por que seus líderes eram homens e mulheres sem vínculos com partidos políticos, igrejas ou organizações nacionais. Os protagonistas das guerras genuinamente populares não costumam servir de modelo para bandeiras políticas.


DF - Qual dessas guerras o impressionou mais? Por quê?


LN
 - A guerra de Pau de Colher, em Casa Nova, impressiona pelo grau da repressão que deixou um saldo oficial de 217 mortos. As guerras dos Perdidos e do Gatilheiro Quintino impressionam pelo pragmatismo dos posseiros, que foram ousados nas táticas de defesa e ataque.


DF - Um dado que deu para observar foi a participação de mulheres nas guerras. Cananéia, Dica e Donária são algumas delas e num tempo em que mulher tinha papel secundário na sociedade.  A que você atribui isso?


LN
 - Com toda sinceridade, só fui perceber a quantidade de mulheres no conjunto das guerras quando olhei pela primeira vez as provas do jornal numa mesa da redação, em São Paulo. Fiquei surpreso e, ao mesmo tempo, realizado em ajudar a revelar a história daquelas mulheres. O caderno ficou mais bonito. Ao longo da apuração, via com naturalidade a presença das mulheres nas histórias. Eu tinha realizado um trabalho anterior sobre a guerrilha do Araguaia, conflito ocorrido nos anos da ditadura militar, em que a participação de mulheres nos combates com o Exército foi muito forte. O Araguaia mostra que a vontade de alguém participar de uma guerra convencional ou irregular vai além do gênero. Nos últimos dias do conflito, praticamente só tinham restado mulheres no quadro guerrilheiro. É preciso observar que desde os primeiros tempos da colonização as mulheres tiveram participação efetiva nos conflitos. A mulher pode ter conquistado a emancipação política, o direito a voto, melhores condições de trabalho, bem tarde, mas seus instintos guerreiros estão registrados nas primeiras guerras de ocupação do território brasileiro. Elas podem ter tido um papel secundário em fases da nossa história, mas estiveram na dianteira em todos os momentos importantes, ainda que assumindo papéis tradicionalmente reservados aos homens.


DF -  Fiquei impressionada com o depoimento de Maria Andreza Pinto. Depois de tantos anos, ela lembra com detalhes o dia que teve a família exterminada. Você conseguiu manter o distanciamento necessário da história do entrevistado ou se emocionou?


LN 
- Você ficaria mais impressionada se ouvisse na íntegra a gravação da entrevista. Maria relatou também sua vida após a guerra, em Salvador, de 1938 aos dias atuais. Eu não queria parar de ouvir. É uma personagem incrível da história da Bahia e do Brasil. Quando um repórter está envolvido na produção de uma reportagem ele deve se comportar apenas como um contador de história. A emoção pode prejudicar a análise dos fatos.


DF - No texto de abertura da reportagem, você ressalta que entender 'as guerras do passado ajudam a explicar problemas atuais'.  Exemplifique, por favor.


LN
 - Todas as guerras que analisamos, no Sul, no Centro Oeste, no Norte ou no Nordeste, apresentam características semelhantes. Esses conflitos ocorreram sempre nas regiões mais pobres dos estados, onde não há asfalto, escolas e postos de saúde. A vida de uma pessoa de baixa renda no Rio Grande do Sul ou no Piauí apresenta as mesmas dificuldade no dia-a-dia. O Estado brasileiro só costuma percorrer esses rincões para cometer violência. A ausência do Poder Público nos grotões explica as guerras do passado. E para conhecer as causas dos conflitos, nada como conversar com as pessoas, ouvir seus problemas atuais que, em muitos casos são os mesmos que motivaram as guerras.


DF - Foram 17 meses percorrendo 13 mil quilômetros, entrevistando mais de 300 pessoas em 41 cidades em dez estados do Brasil. Os números que envolvem essa reportagem são gigantescos. Haverá desdobramento do material colhido na apuração? Vai surgir algum livro?


LN
 - Um livro é uma alternativa para divulgarmos histórias que ficaram de fora do caderno.


DF -  Embora tenham motivações diferentes, você acredita, por exemplo, que a guerra que vemos todos os dias, a que envolve o narcotráfico, sobretudo nas favelas, pode ser esquecida daqui a alguns anos, sendo excluida ou omitida da história?


LN
 - A história construída por governos ou pela política pode omitir ou excluir o drama de camadas mais pobres da população. Talvez esse "esquecimento" ajude a entender o motivo dos governos federal e estadual recorrerem aos mesmos métodos fracassados do passado para combater o crime e melhorar a qualidade de vida das pessoas nas favelas cariocas: repressão, repressão, repressão e pirotecnia. Não há investimentos maciços em educação nas áreas de risco de qualquer canto do país. É sempre bom dizer que o país investe apenas 5% do seu PIB no ensino. É preciso observar que as marcas da violência não são apagadas da memória das pessoas que vivem nessas áreas


" Aquele(a) que se nega a lutar pelos seus direitos, tem razão em negar-se a luta, pois já morreu morto o seu espírito de luta!" 
Ronaldo Santos


sábado, 5 de março de 2011

Informe II desde Egito



O processo revolucionário avança no Egito

 

A comemoração na Praça Tahrir

Fred Henriquez, (*)

A manifestação inicialmente chamada para ser um ato em memória dos mártires, contra o governo provisório e pela derrubada de todos os representantes do antigo regime se converteu numa grande comemoração. A destituição de todo o gabinete e a troca do primeiro ministro, saiu Ahmed Shafiq e entrou Essam Sharafse, faz com que toda a população encare este fato como uma grande vitória

.

Para celebrar nesta sexta-feira, dia 4 de março, um milhão de pessoas foi a Praça. As bandeiras do Egito eram vistas as centenas de milhares, junto a elas somava-se milhares de bandeiras dá Líbia. As cores vermelho, branco e preto estavam nos rostos, nas camisetas, nos cartazes fortalecendo a idéia de Egito como grande nação. A idéia de paz e festa era reforçada com a presença de famílias inteiras neste espaço.

O mar de gente sempre puxando estava organizado no entorno de três palcos, que por não se tratar de um evento oficial e com poucos recursos teve não teve condições de montar estruturas para o grande número de pessoas presentes na Praça. As palavras de ordem sempre são entoadas por um puxador e em seguida repetidas por todos, isto faz com que possam ser mudadas constantemente. Dentre os temas que giram as reivindicações estão: primeiro, e a mais repetida está à derrubada do antigo regime; segundo, a apropriação da Praça Tahrir como o espaço do povo e o local de liberdade; terceiro liberdade e democracia são os principais lemas dos atos; quarto é o fim da lei de emergência e a repressão que persegue diferentes posições políticas.

A referência internacional é muito forte no ato. Ela pode ser sentida nos incontáveis cachecóis, que representam a resistência palestina, as bandeiras da Líbia independente que disputam espaço com as bandeiras do Egito, os cartazes que mostram o mundo árabe cinza, apenas a Tunísia, a Líbia e o Egito com as cores de suas bandeiras. Apesar das idéias estarem espalhadas por toda a população, o ponto alto do ato é a presença de membros da resistência da Líbia e, especialmente no palco principal depois da fala de Sharafse, a convocação por Mohammed el-Beltagy, líder da Irmandade Mulçumana, a que todos os países Árabes libertem os seus grilhões como fizeram Tunísia e Egito.

Por fim o momento auge da Praça ocorreu entre as duas e três horas da tarde, aonde depois das orações, surge Essam Sharafse. Sua entrada é ovacionada por centenas de milhares de Egípcios ali presentes. No seu breve discurso ele reivindicou a legitimidade do seu poder a Praça Tahrir e que a prioridade de seu governo será atender as demandas apresentadas por ela.

Quem é Essam Sharafse?

Sharafse foi ministro do transporte de Hosni Mubarak durante os anos de 2004 – 2005. Ele foi conhecido por ser um dos ministros com menor tempo dentro do governo e um dos poucos que saiu fazendo severas críticas a gestão e a falta de recursos para o gasto público. Após pedir demissão do governo, ele voltou a lecionar na Universidade do Cairo e se manteve no trabalho até ser indicado pelo conselho a ser o Primeiro Ministro.

A força que o seu nome ganhou se deu pela principal pauta da Praça Tahrir, a corrupção. Tido como um home ético que enfrentou o governo de Mubarak, mesmo fazendo parte dele, e seu apoio ao movimento da Praça Tahrir fizeram com que ele tivesse uma enorme aceitação junto à população.

Apesar do exército indicá-lo para o cargo, a viabilidade do nome se deu devido ao forte apoio da Irmandade Mulçumana e El Baradei, além da forte aceitação entre os grupos de juventude, em especial, o Movimento 6 de Abril.

Por fim, embora a sua aceitação seja imensa, os principais atores da Praça dizem que não vão voltar para as suas casas e esperarem o desenrolar do processo, mas que estarão presente para que as suas demandas sejam cumpridas.

(*) Fred é militante do MES/PSOL  e colaborador da secretaria de Relaçoes Internacionais

 Pedro Fuentes
Secretaria de Relações Internacionais PSOL

 
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sexta-feira, 4 de março de 2011

Declaração de Fidel Sobre a Situação na Líbia

A revolução na Libia divide aguas claramente. Para Fidel o problema no é a derrocada de Kadafi e sim uma posivel invasão yankee.

Tradução de Espanhol para Português: Ronaldo Santos
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LÍBIA 
FIDEL CASTRO 
O plano da Otan é ocupar a Líbia 


22 de fevereiro de 2011 


Petróleo se tornou a principal fonte de riqueza nas mãos de grandes transnacionais ianques, e através desta fonte de energia dispostas em um instrumento que aumentou consideravelmente seu poder político no mundo. Era sua principal arma quando decidiram liquidar prontamente a revolução cubana, logo que as primeiras leis justa e soberana em nosso país, privando-o de petróleo. 

Nesta fonte de energia foi desenvolvida civilização. A Venezuela foi o país do hemisfério com o preço mais alto pago. Estados Unidos se tornou o dono do enorme reservatório com que a natureza dotou esta nação irmã. 

Depois da última Guerra Mundial começou a desenhar a partir dos campos do Irã e da Arábia Saudita, Iraque e os países árabes localizados ao redor deles, maiores quantidades de petróleo. 
Estes se tornaram os principais fornecedores. O consumo global subiu gradualmente para a grande figura de cerca de 80 milhões de barris por dia, incluindo os extraídos no território dos Estados Unidos, e posteriormente juntou-se o gás, hídrica e nuclear. Até o início do século XX, o carvão foi a principal fonte de energia, que possibilitou o desenvolvimento industrial, que produz milhares de milhões de automóveis e dos consumidores dos motores de combustível líquido. 

Os resíduos de óleo e gás é associado com uma das maiores tragédias, não resolveu de todo, o sofrimento da humanidade: a mudança climática. 

Quando chegou a nossa Revolução, Argélia, Líbia e Egito ainda não eram produtoras de petróleo, e muito do imensas reservas da Arábia Saudita, Iraque, Irã e os Emirados Árabes Unidos estavam a ser descoberto. 

Em dezembro de 1951, a Líbia tornou-se o primeiro país Africano a fim de conseguir a independência após a Segunda Guerra Mundial, em que o território foi palco de grandes combates entre as tropas alemãs e do Reino Unido, que ficou famoso generais Erwin Rommel 
e Bernard L. Montgomery. 

95% do seu território está completamente deserta. 
A tecnologia permitiu a descoberta de grandes jazidas de petróleo de alta qualidade de luz que agora chegam a um milhão 800 mil barris por dia e abundantes depósitos de gás natural.Tal riqueza lhe permitiu atingir uma expectativa de vida que é quase 75 anos, ea maior renda per capita em África. Sua deserto rigorosa está localizado em um imenso lago de água fóssil, o equivalente a mais de três vezes o tamanho de Cuba, que tornou possível a construção de uma extensa rede de água doce trechos condutora de todo o país. 

A Líbia, que tinha um milhão de pessoas para alcançar a independência, agora tem mais de 6 milhões. 

A Revolução Líbia ocorreu em setembro de 1969. 
Era seu líder Muammar al-Gaddafi, de origem beduína militares, que na sua juventude foi inspirado pelas idéias do líder egípcio Gamal Abdel Nasser. Sem dúvida, muitas das suas decisões são associados com as mudanças que ocorreram quando, como no Egito, uma monarquia fraco e corrupto foi derrubado na Líbia. 

As pessoas deste país têm tradições antigo guerreiro. 
Diz-se que os líbios antigos faziam parte do exército de Aníbal, quando ele estava prestes a liquidar a Roma antiga com a força que atravessou os Alpes. 

Pode ou não pode concordar com Gaddafi. 
O mundo foi invadido, com todos os tipos de notícias, especialmente usando a mídia de massa. Vai ter que esperar o tempo suficiente para saber o quanto é estritamente verdadeiro ou falso, ou uma mistura de vários tipos de eventos, em meio ao caos, teve lugar na Líbia. O que para mim é absolutamente claro é que o governo dos EUA não está preocupado com a paz absoluta na Líbia e não hesitará em dar à OTAN a ordem para invadir este país rico, talvez dentro de horas ou poucos dias . 

Aqueles com intenções desonesto inventou a mentira de que Kadafi estava indo para a Venezuela, como fizeram na tarde de domingo, 20 de fevereiro, recebeu hoje uma resposta decente do Ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Nicolás Maduro, quando expressa textualmente era "a esperança que o povo líbio são, no exercício de sua soberania, uma solução pacífica para as suas dificuldades, que preserva a integridade do povo líbio e da nação sem a interferência do imperialismo ..." 

Pela minha parte, imagino que o líder líbio deixar o país, fugindo das responsabilidades que lhe são imputados, ou não falsas em parte ou em sua totalidade. 

Uma pessoa honesta sempre vai ser contra qualquer injustiça cometida a qualquer pessoa no mundo, e o pior deles, neste momento, iria permanecer em silêncio sobre o crime que a Otan está disposta a cometer contra o povo líbio. 

Na cabeça dessa organização é instado a fazê-lo belicoso. 
É preciso denunciar! 

Fidel Castro Ruz 

21 de fevereiro de 2011 



" Aquele(a) que se nega a lutar pelos seus direitos, tem razão em negar-se a luta, pois já nasceu morto o seu espírito de luta!" 
Ronaldo Santos